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Como conseguir capital de giro para sua empresa?

Como conseguir capital de giro para sua empresa?

Conheça algumas estratégias para adquirir recursos financeiros

Se você tem um negócio próprio, capital de giro é um termo que precisa estar na ponta da língua. 

Ele se refere ao dinheiro essencial que mantém as engrenagens do seu negócio girando, permitindo que você compre ingredientes para o seu restaurante, por exemplo, e pague seus funcionários no final do mês.

Para descomplicar esse assunto, entrevistamos a economista Ana Carolina Alves, 29 anos, mestre em economia, pesquisadora de economia comportamental e educadora financeira com 10 anos de experiência na área. Ela também apresenta o podcast “Educação Financeira Para a Vida”.

O que significa capital de giro?

O capital de giro nada mais é do que o dinheiro que uma empresa precisa para que as suas atividades funcionem durante um determinado período de tempo, conforme destaca Alves. 

Segundo artigo do Serasa Experian, ter esse capital possibilita que você aproveite oportunidades com sazonalidade, descontos em compras e a melhorar a margem de negociações.

Além disso, ele tem diferentes aplicações dependendo do negócio. Por exemplo, para um pequeno restaurante, o capital de giro possibilita ter dinheiro suficiente para comprar ingredientes, pagar funcionários e o aluguel. 

Já para um eletricista pode significar a capacidade de financiar o material necessário para um trabalho enquanto espera pelo pagamento dos serviços prestados.

Quais as consequências de não ter capital de giro?

A economista alerta para as consequências de não ter uma reserva financeira: “Se a empresa não conta com esse dinheiro, ela vai ter que recorrer a fontes terceiras." 

Achar que todo lucro da empresa é do proprietário é um erro muito comum, principalmente em empresas pequenas. Por isso, é importante reservar uma parte dessa renda para montar o capital de giro e não depender de terceiros para fechar o caixa no fim do mês.

Qual a relação entre capital de giro e fluxo de caixa?

O fluxo de caixa e o capital de giro são dois pilares que sustentam a saúde financeira de uma empresa. 

Apesar de terem funções diferentes, existe uma relação estreita entre eles: “Através do fluxo de caixa, eu consigo ter a primeira estimativa de quanto dinheiro vou precisar para que meu negócio funcione em um determinado espaço de tempo, geralmente dentro de um mês”, explica Alves.

Ou seja, a gestão do fluxo de caixa permite que você consiga prever e planejar quanto de capital de giro seu negócio vai precisar, sem comprometer o dia a dia de trabalho.

Por isso, mantenha seu fluxo de caixa sempre organizado.

Existe um valor específico de capital que a empresa deve ter?

Não existe um valor exato de capital que a empresa deve ter, mas é possível analisar suas finanças e calcular o capital de giro. Para isso, é preciso ter noção de quanto dinheiro a empresa tem disponível no período analisado, quanto vai receber nesse meio tempo e quanto vai precisar gastar.

Veja um exemplo de como fazer esse cálculo:

Exemplo de valores

Contas a Receber: R$ 15.000,00

Caixa: R$ 5.000,00

Estoque: R$ 10.000,00

Contas a Pagar: R$ 8.000,00

Impostos: R$ 2.000,00

Despesas Fixas: R$ 3.000,00

Cálculo

Total de Ativos Disponíveis:

Contas a Receber (R$ 15.000,00) + Caixa (R$ 5.000,00) + Estoque (R$ 10.000,00) = R$ 30.000,00

Total de Obrigações:

Contas a Pagar (R$ 8.000,00) + Impostos (R$ 2.000,00) + Despesas Fixas (R$ 3.000,00) = R$ 13.000,00

Necessidade de Capital de Giro:

Ativos Disponíveis (R$ 30.000,00) - Obrigações (R$ 13.000,00) = R$ 17.000,00

Neste exemplo, para que o negócio possa seguir operando sem a necessidade de buscar recursos externos, será necessário um capital de giro de R$ 17.000,00.

Como conseguir capital de giro?

O ideal é que o capital de giro seja gerado exclusivamente a partir do lucro da empresa. A economista destaca a importância de organizar o financeiro de maneira adequada, estruturando os custos e calculando uma margem de preço apropriada, que já destine uma parcela do lucro para o capital de giro da empresa. 

Porém, muitos empreendedores, especialmente os micro e pequenos empreendedores, têm dificuldade na parte financeira do negócio. “A gente não nasce sabendo como calcular custos, como calcular preço, como manter o financeiro de um negócio”, destaca a economista.

Por isso, às vezes, é preciso recorrer a alternativas para evitar que o dinheiro falte. 

Vamos conhecer algumas delas?

Investimentos próprios

Investir o próprio lucro da empresa é um ótimo método para gerar capital de giro, já que gera um ciclo de crescimento e sustentabilidade financeira, evitando endividamentos desnecessários.

Empréstimo de amigos, conhecidos ou familiares

Empréstimos informais, ou seja, que não são feitos com instituições bancárias, podem evitar diversas burocracias e juros.

Porém, é importante formalizar esses acordos, mesmo que sejam feitos com pessoas de confiança, para proteger você e a pessoa com quem você vai pegar o empréstimo. 

Faça um contrato autenticado em cartório que especifique valores, prazos e outros pontos acordados. 

Financiamento empresarial

Fazer um financiamento empresarial também é uma opção, mas fique de olho nas taxas de juros cobradas e condições de pagamento.

Compare diferentes ofertas para encontrar as condições mais vantajosas.

Empréstimo pessoal sem garantias

Um empréstimo pessoal sem garantia é, em resumo, um tipo de empréstimo onde você não precisa oferecer bens pessoais como garantia, como veículos, imóveis ou terrenos.

É uma opção para quem precisa de recursos financeiros de forma rápida e flexível, mas as taxas de juros podem ser mais altas, o que eleva o custo total do empréstimo.

Então, a facilidade de acesso pode levar a uma “espiral de crédito”, fazendo com que você precise recorrer a novos empréstimos para pagar os anteriores, potencializando o endividamento.

Empréstimo com garantias (de imóvel, de carro, etc)

Já na modalidade de empréstimos com garantia, como o próprio nome já diz, você precisa entregar bens como garantia para a instituição financeira. 

Geralmente oferecem taxas de juros mais baixas, porque o credor tem menos riscos, então acaba sendo uma alternativa para quem busca condições de financiamento mais favoráveis.

Mesmo assim, é preciso ter em mente que o risco de inadimplência ainda existe e precisa ser considerado.

BNDES

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é uma instituição financeira do Governo Federal que fornece financiamento de longo prazo para projetos que contribuam para o desenvolvimento do país, com apoio para micro, pequenas e médias empresas (MPMEs).

Para pequenos negócios, o BNDES oferece várias linhas de crédito que podem ser usadas como capital de giro. 

O pedido de empréstimo é simples e pode ser feito através do site oficial da instituição.

Cheque especial

O cheque especial é um crédito extra que você já tem aprovado no seu banco ou instituição financeira e pode usar a qualquer momento direto da sua conta corrente.

Embora seja uma opção conveniente para cobrir despesas urgentes, as taxas de juros são bastante elevadas, tornando esta uma das formas de crédito mais caras a curto prazo.

Antecipação de recebíveis

A antecipação de recebíveis permite que você receba mais cedo o dinheiro de vendas feitas a prazo, normalmente com menos custos.

É uma opção interessante por não ter burocracias e, em alguns casos, há a possibilidade de negociar diretamente com a instituição financeira e conseguir condições melhores.

Desafios comuns ao buscar capital para empresas

Já ficou claro que ter capital de giro é importante para o negócio, certo? Mas ter esse capital nem sempre é fácil.

Pode ser difícil para algumas empresas, principalmente as menores, provar aos credores que elas são financeiramente estáveis e que têm potencial de crescimento, fazendo com que esses credores hesitem em emprestar dinheiro.

Além disso, escolher entre as diferentes opções de financiamento pode ser uma tarefa complicada. Cada uma possui suas próprias regras, taxas de juros e exigências, o que pode tornar a decisão confusa, especialmente se você não tem muito conhecimento na área financeira.

Principais problemas de caixa

Os problemas relacionados ao caixa da empresa costumam ser os mais comuns e perigosos, apesar dele ser o “coração do financeiro”, conforme explica Ana Carolina Alves.

A economista destaca dois grandes problemas relacionados ao fluxo de caixa: não ter o controle do caixa e não saber utilizar as informações que se tem. Mesmo que você faça o controle do caixa, ter a ferramenta pronta e organizada não é suficiente. "É essencial compreender como minhas contas a receber e contas a pagar estão se comportando ao longo do tempo, realizando uma leitura adequada dessa situação", conclui.

Ter um fluxo de caixa bem estruturado permite que você identifique os problemas antes que eles se tornem críticos, possibilitando ações como fazer promoções para melhorar as vendas e rever os custos do negócio.

Entender esses altos e baixos do financeiro do seu negócio é o primeiro passo para que ele continue saudável e em crescimento. E a boa notícia é que você não precisa fazer isso sozinho!

O blog do novücard tem vários artigos dedicados apenas para empreendedores como você. Visite a seção “Seu Negócio” para mais dicas de empreendedorismo e planejamento financeiro empresarial.

Entrevistada: Ana Carolina Alves | Mestre em economia, pesquisadora de economia comportamental e educadora financeira.

Autor

Caroline Raiser é estudante de jornalismo, responsável pelas comunicações das redes sociais e do blog do novücard, escrevendo sobre finanças e tecnologia.

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