Veja dicas para compreender qual é o real valor do seu trabalho e organizar melhor as suas finanças.
Qual é o real valor do seu trabalho? Quanto você ganha por dedicar uma hora do seu dia ao crescimento de uma companhia?
É curioso notar que, independentemente da sua faixa salarial, talvez você nunca tenha se dado conta do valor da sua hora de trabalho.
Para profissionais liberais e freelancer esse é um conceito mais próximo do dia a dia, mas para quem trabalha com carteira assinada, pode parecer estranho pensar em um valor/hora em vez do montante que você recebe no final do mês.
Se você nunca parou para pensar em quanto vale o seu trabalho, o Dia do Trabalho é a oportunidade perfeita para a reflexão.
Entender alguns conceitos como salário bruto, salário líquido, descontos aplicados e colocar essas informações em perspectiva com o mercado de trabalho pode ajudá-lo a planejar melhor a sua carreira.
Como calcular o valor da sua hora de trabalho?
É muito simples. Basta dividir o valor total que você recebe pelo número de horas trabalhadas no mês. Vamos a um exemplo para que fique mais claro.
Suponha que o seu salário hoje é de R$ 4.000 e você trabalha 8 horas por dia, de segunda a sexta.
Isso significa 40 horas semanais e um total de 160 horas no mês.
Agora, divida os R$ 4.000 por 160. O resultado é R$ 25 por hora trabalhada.
Se você trabalha por conta própria, ter noção exata de quantas horas serão necessárias para executar uma tarefa pode ajudá-lo a precificar o seu trabalho.
Vai fazer uma tarefa na qual receberá menos do que o esperado por hora trabalhada? Talvez não valha a pena.
Salário bruto e salário líquido: entenda a diferença
O salário bruto é o valor nominal que é atribuído ao seu trabalho, sem os descontos.
Para quem trabalha com carteira assinada essa diferença é bem clara no final do mês: são aqueles descontos relacionados aos impostos que pagamos todos os meses, como FGTS e INSS.
As alíquotas do INSS variam entre 7,5% e 14%, de acordo com a faixa salarial – quanto maior o salário, maior o desconto; além disso há o IRRF (Imposto de Renda Retido na Fonte), cuja alíquota varia entre 7,5% e 27,5%.
Outros descontos podem incidir sobre o salário bruto, variando de caso a caso.
Itens como férias, décimo terceiro salário, abonos salariais também devem ser considerados, assim como descontos de planos de saúde, vale alimentação, vale transporte, entre outros.
O resultado desse cálculo é o seu salário líquido, ou seja, quanto efetivamente entra de dinheiro na sua conta.
Vamos supor que, após descontos de 15%, o salário bruto passe de R$ 4000 para R$ 3.400.
Repetindo aquele mesmo cálculo com o novo valor, o resultado é que sua hora de trabalho rende efetivamente R$ 21,25.
E para profissionais autônomos, como funciona?
Para quem é MEI, profissional autônomo ou freelancer, a lógica de cálculo é a mesma, mas nem sempre é fácil perceber quanto deve ser descontado do valor bruto recebido.
Nesse caso, não há impostos retidos na fonte, mas é preciso pagar mensalmente a taxa de MEI.
Além disso, é preciso considerar outros valores que impactam no custo para a realização do seu trabalho.
Por exemplo, se houver despesas com transporte ou combustível, o tempo de deslocamento, eventuais gastos com alimentação, além de custos relacionados à energia elétrica e internet.
Assim, dentro desse cenário, receber R$ 30 por hora pode parecer mais vantajoso em um primeiro momento, mas se ao descontar os custos você descobrir que o valor da hora caiu para menos de R$ 20 líquido, então é sinal que você está ganhando menos para realizar o mesmo trabalho.
Como eu sei se meu salário é compatível com o mercado?
Essa é outra dúvida constante dos trabalhadores.
Claro, sempre queremos ganhar um pouco mais, mas será que o valor que estamos recebendo é justo e compatível com o que se paga a outros profissionais com qualificação similar?
A resposta para essa pergunta depende de uma série de fatores.
Os salários variam de região para região do país, pois a média leva em conta o custo de vida da cidade e a demanda por profissionais em uma determinada função.
Uma boa dica é consultar o site Glassdoor.
Além de vagas de emprego, o site realiza pesquisas de mercado nas quais os profissionais informam seus salários.
Os resultados são planilhados e apresentados por região, por faixa etária e por nível de qualificação.
Assim, fica mais fácil entender se o valor que você ganha está dentro da realidade ou muito distante, e até mesmo o quanto do seu salário você pode poupar.
Conclusão
Se você busca estabilidade financeira, almejar um salário mais alto é certamente uma das metas a perseguir.
Entretanto, muitas vezes um aumento salarial pode vir acompanhado de um aumento na quantidade de trabalho e, na prática, pode ser que você esteja perdendo dinheiro por trabalhar mais.
Se horas a mais de trabalho impactam no seu custo de vida, isso deve ser considerado.
Por exemplo, se o trabalho extra e com melhor remuneração faz com que seja preciso jantar fora de casa todos os dias, na prática pode ser que seus ganhos não estejam compensando o investimento do seu tempo.
Por essa razão, analisar de tempos em tempos o valor da sua hora de trabalho é mais um dos hábitos financeiros saudáveis que você deve adotar.
Um bom controle financeiro depende de informações e ter uma noção desses dados certamente vai ajudá-lo a tomar decisões melhores e mais benéficas para o seu bolso.